A princesa Dayanna e Gabrielly
Sir. Ruan chegava a passos calmos como sempre, próximo ao estabulo que pertencia a Caverna da Taça – Bem-vindo Sir. - disse Sir. Gregory – sabe nas terras o vermelho na armadura significa que duas coisas – Sim e o que seria Sir.? - Suco de amora derramado por uma donzela despercebida ou sangue de homem corajoso, mas morto.
Tive alguns percalços no caminho, nada que não pudesse resolver. Estendeu a mão direita a ele.
- Espadas são armas e escudo – e sorriu mostrando grandes dentes da frente, retos e juntos, destacava-se mais suas bochechas gordas.
- Como foi a viagem Sir. Teve problemas com os Lamorianos?
- Oh, não. Vim pela estrada dos carvalhos. Conheci um grande cavaleiro, amigo da Princesa Felina – Sir. Ruan soltou um “hum” - Ele me convidou para participar de sua escolta ao reino do Veludo, por uma boa quantia em ouro. Iria encontrá-la, na festa da primavera. Esses sujeitos são tão delicados, como um louva-deus, penso como não se quebram ao andar. Como um ventríloquo hahaha – e soltou uma grande gargalhada.
- Ao menos a viagem não será entediante – pensou Ruan, enquanto ouviu seu cavalo expirar, e ouviu o tuc tuc do seu casco batendo na pedra e então disse – A princesa Dayana, digo, pois, felina está prometida ao príncipe do Reino de Cogumelo, digo, pois, ao Reino do Chá?
- Segundo o cavaleiro louva-deus se casará em breve – e baixou a cabeça para ficar mais próximo de Ruan - Até seu casamento ela tirará muito sangue, das costas hahahah – e deu outra gargalhada.
- Até lá... - neste momento ouviu um estrondo, madeira quebrando, vidros, um baque no chão e viu sangue jorrar no chão a 10 metros deles. A grande porta da Caverna se abriu, e saiu um sujeito, com a camisa rasgada, mostrando o pescoço vermelho levemente esfolado, com olhos furiosos e testa franzida. Foi em direção ao homem caído, puxou-o pela gola da camisa – pague me, seu verme. Aceite a derrota!
- Os dois que apenas olhavam de longe, viu o homem com nariz sangrando, enfiar a mão esquerda, que estava no braço do outro, ir até seu bolso e tirar três moedas, uma de ouro, outras duas de prata, e entregar ao grandalhão – o prejuízo da janela quebrada e teu – disse o homem com pescoço vermelho e o soltou no chão de pedra com força.
E foi-se.
Sir. Ruan olhou para o céu escuro – Sir. Gregory será uma honra te –lo ao meu lado. Melhor partimos, pois presumo que logo alguém me procurará aqui, para assinar papeis pela morte de alguém. E não lido bem burocracia.
-A burocracia é a ferradura engastada de um bom cavalo. Pois Nunca atingira o galope. Partamos Sir. Ruan... a tempestade se aproxima.
Dayanna a princesa Felina
Princesa Dayana estava a olhar o horizonte, que dava para o mar. Abaixo uma grande escada – as pedras são mais bonitas, quando o sol da tarde as atinge – pensou. E levou a taça a boca, com seu suco uva, feito por sua criada Annabelle.
Dayana herdara de sua mãe os cabelos tão lisos como lodo. Fios negros balançavam ao vento e esvoaçavam, com olhos mais negros ainda do pai. Tinha a tez de uma criança e olhar penetrante como felinos. Andava como gatos, andam. Sem a mínima preocupação com o tempo ou quê. Ao menos e o que transparecia para os outros. Princesa Dayanna nasceu com sangue e coração pulsante por aventuras. Sentia no peito a vivacidade das coisas, da dança, do fervor das festas, do quente olhar flertante dos homens, da vontade ensandecida de sentir sempre viva. E isso a sempre colocará em enrascadas ou como a mãe dizia – Tu sempre se perfazes de inocente, mas qualquer dia essa transparência que você erradia dos seus olhos, será a mesma que dará liberdade a maldade.
Dayana respondia – Tenho os olhos de meu pai e sua beleza mãe, a culpa e toda sua – ela dizia, e lhe dava um beijo no rosto, após um elogio consciencioso, mais para si mesma que para a mãe.
Anabelle entrou no quarto atravessou-o, passou por pela poltrona florida, viu o diário de Dayanna e continuou, até chegar as grandes portas envidraçadas e ver Dayanna olhando o horizonte. Observou seus cabelos longos ao vento, e apreciou a beleza cativante e efervescente, usava vestidos de seda prata. Era magra e esguia, diferente das estatuas gregas, tinha quadril perfeito e seios pequenos. aentão Disse:
- Senhora – fez uma pausa - Acaba de chegar o vestido que encomendará para usar na festa da primavera.
-Oh, sim – ela se virou calmamente, sentiu o pedaço da uva na língua – quero vê-lo e experimentá-lo o quanto antes.
-Vou trazê-lo a seu quarto.
-Pois o faça e rápido, minha querida. Quero muito prová-lo. A traga minha tiara de ardósia, também é a pulseira de lírios.
- Sim senhora.
Rodopiou sua grande saia e saiu. Dayana se sentiu empolgada, como quando era criança e andaste pela primeira vez a cavalo, numa tarde de dezembro ensolarada e com ventos fortes vindo do sul. O que deixava algo poético no ar. Seu pai e sua irmã a observa e sua mãe a aplaudia com sorriso aberto. Voltou a si, olhou para suas unhas compridas e limpas – Felina, tudo por causa de vocês. Neste momento ouviu batidas na porta. - Dayanna! - Annabelle, pensou – Sim! Conhecia as batidas na porta, sempre, fortes e afirmativas. Mas desta vez se enganou, era sua irmã, mais nova – Gabrielly.
- Irmã - disse apressadamente Gabrielly – como está? Deu um beijo na sua bochecha e foi se deitar na cama dela, usava vestido de seda, verde esmeralda e tiara de brilhantes. Caia lhe muito bem. Pois tinha quadril largo e pernas grossas, ao contrário da sua irmã, que tinha pernas esbeltas e firmes. Sentou-se e abriu e fechou as pernas ao cruzá-las, jogou os cabelos para trás e endireitou as costas. Um truque para atiçar o desejo dos homens ensinado por sua prima, do reino de Valentine. Aqui não era necessário, mas por hábito, sempre o fazia.
- Bem e você? Respondeu Dayanna.
- Estou ótima. Trago- lhe notícias. Lembra do Cavaleiro de Rio alto. Que tinha cabelos cacheados?
- Sim, usa sempre uma capa vermelha.
- Este sujeito. Diz-se que foi visto nos jardins ontem à noite, com a viúva condessa de Millôr – Margarete – Gabrielly tinha uma dicção tão perfeita que era prazeroso ouvi-la falar. Pon-tu-a-va cada palavra de forma tão fluente.
- Mas não faz nem um ano que ficou viúva. Ponderou Dayanna.
- Sim – foi para próxima da sua irmã com um salto, como as crianças fazem – o que deixou a mostra mais do que devia ao se levantar – nossa prima disse-me que estava aos beijos, com cavaleiro e uma das mãos estava sob seu seio nu, enquanto ele beijava seu pescoço. Rodopiou com os olhos fechados.
- Como pode saber tantos detalhes? - se manteve em pé e pegou seu diário. Um raio de sol entrará pela janela e posou na maçã do seu rosto. O que dava um toque angelical a cena.
- A cortesã estava a ir da cozinha para seu quarto, tarde da noite. Após muito conversar, e passou pelos jardins. Parou próxima a grande escada ao escutar vozes, achou que seria alguma criada. Mas se escondeu atrás dos arbustos no jardim. E viu os dois.
- Pois não parece algo dela. Atitude tão libidinosa. Mas quando falamos no cavaleiro e de esperar tamanha indulgencia e lascívia.
- Minha irmã, tu estás a ser puritana? A condessa no passado antes de se casar, dizia que era muito cortejada e que não resistia as tentações. Ademais e apenas dois anos mais velha que tú, mas se casará cedo.
- Não é puritanismo, apenas não se pode acreditar em tudo. E a conhecendo deve ter bebido uma taça a mais de vinho – andou em direção a cama e parou no meio do caminho com olhar pensante, mão esquerda na cintura e na outra o diário.
- Estás a me dizer que não renderia ao charme do cavaleiro do rio – Gabrielly, levantou-se devagar, chegou perto de Dayanna e juntou as duas mãos em sua cintura e a puxou com força para si – se ele a toma assim nos braços, com força, descobre seu pescoço, fala no teu ouvido e beija-lhe a nuca.
- Dayanna aceitou o abraço e elas começaram a rir – Gabrielly nem todas desejam um cavaleiro sem honra para tirar-lhes a sua.
- Minha irmã, tu és tão doce – disse Gabrielly – o sabor das uvas são melhores no verão... - ouviu-se Anabelle entrar e anunciar...
- Com licenças senhoras – disse com rubor nas bochechas, ao ouvir Gabrielly falar tão lindamente, assuntos tão banais e lascivos e imitar gestos masculinos. Olhou para ela e disse – Está linda como sempre, minha senhora, o verde lhe cai muito bem.
- Oh Anabelle você é sempre tão gentil. Não concorda com que o Cavaleiro tem seu charme?
- Oh não sei dizer, Senhora não o vi pessoalmente – e corou...
Continuará>>>
Créditos das imagens - by Wlop
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